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As unidades produtoras de artesanato do Amazonas podem concorrer à 5ª Edição do Prêmio Sebrae Top 100 de Artesanato, com inscrições abertas até o dia 11 de julho. O ranking nacional oferece o selo da premiação por três anos e divulgação de três produtos nos sites do Sebrae nacional, regional e no catálogo comercial do prêmio. Para concorrer, os interessados devem se inscrever no endereço www.top100.sebrae.com.br.
Iniciada em 2006, a ação tem o objetivo de identificar e premiar os produtores de artesanato mais competitivos do Brasil. O levantamento mais recente da Secretaria Executiva do Trabalho e Empreendedorismo (Setemp) aponta que o Amazonas possui um total de 4.739 artesãos devidamente formalizados. De 62 cidades, o destaque é para o município de São Gabriel da Cachoeira, com 245 cadastros e produção crescente.
O Sebrae Amazonas atua com cerca de 380 artesãos através do projeto Amazonas Original, que possui três focos: inovação, sustentabilidade e mercado. Desde 2019, mediante apoio da Setemp, os produtores são acompanhados pelo programa com a promoção do apoio e inclusão comercial. Em média, o estado inscreve 300 participantes por evento. Em 2016, cinco unidades amazonenses estiveram no hall de premiação.
Atuação
Uma delas foi a unidade de Dinalva Dias, 33, indígena da etnia Tariana e que vive em Barcelos, região do Médio Rio Negro. O artesanato é tradição de família na vida de Dinalva e quando criança deu seus primeiros passos como artesã, influenciada pela mãe. Aos 20 anos, ela decidiu levar o conhecimento como profissão, assim como seus irmãos e irmãs, integrando-se ao Núcleo de Arte e Cultura Indígena de Barcelos (NACIB).
“Antes, o trabalho no artesanato não era organizado, sem noção de qualidade dos produtos, sem um padrão. E era fazer por fazer, para complemento de renda apenas”, explicou.
Dentre as linhas produzidas pela artesã com técnicas de trançado e entalhe, está a cestaria. São peças desenvolvidas com materiais sustentáveis da região amazônica como piaçaba, arumã, cipó e palha. Em 2016, aos 27 anos, Dinalva alcançou o prêmio Sebrae TOP 100 de Artesanato, reconhecida entre os maiores artesãos do país.
Amazonas Original
Antes de tudo, o fortalecimento do artesanato. É o que destaca a analista técnica e gestora do Projeto Amazonas Original, Lilian Simões, que aponta a influência expressiva do segmento na região. “Nós buscamos promover esses artesãos, prestando orientações e informações para que eles permaneçam no segmento muito mais esclarecidos e fundamentados”, comentou.
Esses trabalhadores recebem orientações sobre formalização, processos de inovação, encaminhamentos sobre as tendências e relação de mercado, desenvolvimento de produtos e também catálogos. O Sebrae também direciona os artesãos para feiras e exposições.
Lilian observa que o Prêmio Sebrae Top 100 de Artesanato não desampara as unidades não contempladas. “Mesmo para quem não ganha, o Sebrae disponibiliza um feedback e diagnóstico que avalia os gargalos presentes e oferece apoio para preparo dos artesãos, bem como acompanhamento”, destacou a gestora.
Rosa Davila, 56, indígena da etnia Ticuna, trabalha com artesanato há 44 anos na comunidade Bom Caminho, em Benjamin Constant, Alto Solimões. Ela faz parte da Associação das Mulheres Indígenas Artesãs (AMATU), união com mais de 100 mulheres que trabalham diretamente com matéria-prima da floresta amazônica, como arumã e cipó, para produção de vasos, luminárias, bolsas, redes, entre outros.
A organização é atendida também pelo projeto Amazonas Original do Sebrae-AM e conta com parceria da Fundação Nacional do Índio (Funai). “O Sebrae vem apoiando a gente na comercialização, divulgação, espaço nas feiras e nosso artesanato já chegou muito longe. É uma alegria. Mas, com o prêmio torcemos para adquirir novos conhecimentos, novas oportunidades e assim gerar novos produtos”, expôs Rosa.
Como participar
No site www.top100.sebrae.com.br o interessado pode realizar o cadastro para inscrição e conferir o regulamento.
As unidades artesanais interessadas em concorrer ao TOP 100 serão classificadas de acordo com as quatro categorias de artesanato, definidas pela portaria 1.007/2018 da base conceitual do artesanato brasileiro, desenvolvida pelo antigo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). São eles: Artesanato Tradicional, de Referência Cultural, Autoral ou Conceitual e Doméstico.
Após a escolha da categoria dos produtos, a unidade enviará ficha técnica de três produtos desenvolvidos nos últimos dois anos, com todas as especificações e duas fotos de cada item. É importante estar atento aos critérios de avaliação do TOP 100, que são: qualidade técnica; qualidade estética; qualidade simbólica; qualidade da inovação; condições de trabalho /organização da produção; compromisso socioambiental; experiência comercial; estratégias de adaptação.
A divulgação dos resultados está prevista para ser liberada em setembro e a cerimônia de premiação em novembro, na cidade do Rio de Janeiro, com exposição dos vencedores no Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro (CRAB).