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Fortalecer o trabalho de catadores e catadoras, profissionais que estão na linha de frente da reciclagem, responsáveis por garantir que toneladas de resíduos tenham a destinação correta e que cidades inteiras funcionem de forma mais sustentável, foi o foco do Sebrae Amazonas ao longo da execução do Programa Nacional Pró-Catadores em Manaus, Parintins e Novo Airão. O ciclo, encerrado nesta quarta-feira (10), foi marcado por avanços, capacitação e valorização de quem transforma a realidade todos os dias.
A solenidade de entrega de resultados aconteceu no auditório do Sebrae-AM e reuniu representantes das organizações de catadores e catadoras, instituições parceiras e gestores do programa nacional e estadual. A iniciativa é do Governo Federal, coordenada pela Secretaria-Geral da Presidência da República, por meio do Comitê Interministerial para Inclusão Socioeconômica de Catadoras e Catadores de Materiais Reutilizáveis e Recicláveis (CIISC). O Sebrae participa como instituição convidada, aplicando metodologias de capacitação, inovação e desenvolvimento organizacional.
O programa atua para promover a inclusão social e econômica dos catadores, ampliando acesso a políticas públicas, estimulando a formalização e oferecendo qualificação voltada para gestão, produtividade, segurança e geração de renda.
Durante o evento, a diretora superintendente do Sebrae-AM, Ananda Carvalho Normando Pessôa, destacou a importância da confiança demonstrada pelas organizações desde o início do processo.
“O nosso papel aqui, em nome do Sebrae, é agradecer a cada associação e cooperativa que acreditou no trabalho que estávamos propondo. No começo, muita coisa ainda era construção, ainda era promessa e mesmo assim vocês decidiram caminhar conosco. Hoje colhemos juntos os resultados dessa confiança, que foi essencial para que tudo isso acontecesse”, afirmou.
A diretora técnica, Lamisse Said da Silva Cavalcanti, reforçou o peso das parcerias institucionais na consolidação dos resultados apresentados.
“O Sebrae só alcança o que alcança por causa da credibilidade que constrói diariamente com o público e com os parceiros. Não por acaso somos a quarta marca mais forte do Brasil. Neste programa, conseguimos integrar toda a cadeia: gestão, legalidade, formalização e capacitação. E isso só foi possível graças ao apoio do Ministério Público Federal, do Ministério Público do Trabalho e de todas as instituições que caminharam ao nosso lado”, destacou.
Já a diretora administrativa e financeira, Adrianne Antony Gonçalves, enfatizou a relevância econômica e social do trabalho realizado pelos catadores no estado.
“Se vocês não tivessem confiado naquele primeiro momento, quando tudo parecia tão distante, nada disso seria possível. Vocês são empreendedores, fazem a economia girar, movimentam riqueza e transformam cidades. O trabalho de vocês é indispensável, especialmente nos municípios mais afastados, onde cada ação tem um impacto ainda maior. Contem sempre com o Sebrae. Estamos aqui para fortalecer essa trajetória junto com vocês”, afirmou.
Transformações executadas
O Sebrae-AM atuou nas áreas de regularização jurídica e documental, gestão administrativa e financeira, melhoria da produção, normas de segurança e uso de equipamentos, adequações de instalações, procedimentos de coleta seletiva, prospecção de parcerias, apoio na captação de recursos, visita técnica ao Distrito Federal e participação técnica na ExpoCatadores 2025, maior encontro mundial de catadores, que será realizado de 17 a 19 de dezembro.
No total, foram 250 catadores atendidos, distribuídos em cinco cooperativas e quatro associações, com aumento médio de 40% no faturamento das organizações acompanhadas.
Para Irineide Souza de Lima, representante do Movimento Nacional de Catadores e integrante da Cooperativa de Trabalho de Catadores de Materiais recicláveis do Amazonas (AMAR), o programa trouxe mudanças significativas.
“Encerramos essa primeira etapa do Pró-Catadores com satisfação. A minha cooperativa evoluiu muito. Aprendemos, entendemos o processo e vimos para quem e por que o projeto existe. Encerramos um ciclo, mas já com esperança de que a próxima etapa seja ainda melhor, avançando cada vez mais na nossa categoria”, declarou.
Entre os parceiros, o Ministério Público do Trabalho (MPT) teve papel fundamental. Para a procuradora Alzira Melo Costa é necessário existir um compromisso conjunto das instituições de controle para avançar na garantia de direitos da categoria.
“O Ministério Público do Estado do Amazonas e o Ministério Público Federal vão atuar de forma integrada para, unindo esforços, avançarmos em questões relacionadas à responsabilização dos entes públicos e também de gestores privados responsáveis pela logística reversa. Essa atuação conjunta busca assegurar melhores condições para que os catadores ampliem sua renda e tenham garantias efetivas. Colocamos o Ministério Público à disposição para fortalecer esse processo, porque sabemos que essa política tem capacidade real de transformar vidas. Estamos aqui para contribuir para que o programa continue avançando e alcançando ainda mais resultados”, afirmou a procuradora.
De acordo com o procurador Rafael Feres de Souza Hanna, a regularização documental e a formalização das organizações permitiram acessar recursos do MPT para a compra de dois caminhões, um destinado às operações da capital e outro ao atendimento dos municípios do interior.
“Para o MPT, participar desse programa é dar continuidade a um compromisso histórico de mais de 15 anos ao lado dos catadores. O fortalecimento da categoria é uma prioridade nacional. Este é um projeto estratégico para promover inclusão socioprodutiva, garantindo renda não apenas pela venda do material, mas também pela prestação do serviço. É sobre dignidade, autonomia e reconhecimento”, explicou.
A juíza Dra. Maria Elisa Andrade, Titular da 7ª Vara da Justiça Especializada em Meio Ambiente e Questões Agrárias da Seção Judiciária do Amazonas (11ª Região), também ressaltou a relevância da iniciativa para fortalecer o trabalho das organizações de catadores no estado. Segundo ela, a atuação integrada das instituições e o suporte técnico do Sebrae são fundamentais para consolidar avanços duradouros.
“O Pró-Catadores demonstra como políticas bem conduzidas podem transformar realidades. O Sebrae cumpre um papel decisivo ao oferecer qualificação e gestão para que os catadores tenham autonomia e condições de permanecer na atividade com dignidade”, afirmou a magistrada.
Em nível nacional, o Pró-Catadores já alcançou 304 cooperativas em fase de desenvolvimento e 4.500 catadores associados em todo o país.
Durante a apresentação dos resultados, a coordenadora nacional do programa no Sebrae, Joana Bona Pereira, avaliou o desempenho do Amazonas como um dos mais expressivos do ciclo.
“Os resultados que vi hoje são bastante significativos. O Sebrae Amazonas executou um trabalho consistente, com ações que se destacam no cenário nacional. A parceria com o Senai para capacitação em operação de empilhadeira, por exemplo, é uma experiência inédita entre os estados. O Sebrae-AM também foi pioneiro na utilização do Sebraetec no programa. Além disso, ampliou o número de organizações atendidas: começamos com cinco cooperativas previstas e chegamos a nove entidades atendidas, mantendo a qualidade dos resultados. Foi um trabalho muito positivo”, afirmou.
Participaram do programa nove organizações: Associação de Catadores de Materiais recicláveis do Amazonas (ASCARMAN); Associação de Catadores de Materiais recicláveis Nova recicla (NOVA RECICLA); ECO COOPERATIVA de Trabalho de Coleta de Materiais Recicláveis do Amazonas; Catadores Filhos de Guadalupe do Município de Manaus (ASCAFIGUAMA); Associação de Catadores de Materiais recicláveis de Parintins; Cooperativa de Trabalho de Produção aliança de catadores de resíduos recicláveis do estado do Amazonas; Cooperativa de Trabalho de Catadores de Materiais recicláveis do Amazonas (AMAR); Cooperativa de Catadores de Materiais recicláveis do Amazonas (COOPCAMARE); Cooperativa de Catadores de Materiais recicláveis de Novo Airão (COOPCAMARE).
O programa foi executado em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT), Justiça Federal do Amazonas – 7ª Vara Federal da Seção Judiciária, SENAI Amazonas, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Manaus (SEMMAS), Secretaria Municipal de Finanças de Manaus (SEMEF), Secretaria Municipal de Limpeza Pública (SEMULSP), Agência Reguladora dos Serviços Públicos Delegados do Município de Manaus (AGEMAN), Prefeitura de Novo Airão, Prefeitura de Parintins e Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM).
