Na tarde de quinta-feira (26), a Estação Cultural do 58º Festival de Parintins se transformou em passarela para a diversidade e a potência da moda amazônica. O desfile do projeto Amazon Poranga Fashion encantou o público ao reunir criações vibrantes, autorais e carregadas de identidade, assinadas por estilistas e empreendedores locais que traduzem, em tecidos e formas, as narrativas da floresta.
A iniciativa, realizada em parceria com o Governo do Estado e com apoio do Sebrae Amazonas, exaltou a moda como expressão de empreendedorismo criativo, valorização cultural e inovação.
O evento contou com as marcas amazonenses: Purating’Baobá, Ateliê Derequine e Arévola Gallery, que encantaram o público com criações inspiradas na cultura amazônica, nos grafismos indígenas e no compromisso com a sustentabilidade. O Sebrae Amazonas apoiou a estruturação do desfile e a capacitação dos empreendedores envolvidos.

“O Sebrae vem apoiando o Amazon Poranga há dois anos, sempre com foco na estrutura dos desfiles e na realização de oficinas de empreendedorismo voltadas à moda autoral no estado”, explicou Herbert Oliveira, analista de negócios do Sebrae Amazonas e gestor de projetos do setor de economia criativa.
Nos dias que antecederam o desfile, o projeto promoveu oficinas técnicas e rodas de conversa com pequenos empreendedores locais. Entre os temas abordados, estavam o vitrinismo, a construção da imagem de marca e a importância de empreender na moda como forma de visibilidade e impacto econômico. Além disso, foi realizada uma roda de negócios com os Ateliê Derequine, Sioduhi Studio e Arévola Gallery, com articulações para parcerias e vendas fora do estado.
“O segmento da moda abrange muito mais do que a criação das peças. Ele integra a beleza, o artesanato, os acessórios e a cultura local. O desfile é o resultado de uma grande rede de empreendedores que constroem essa cadeia criativa diariamente”, completou Hebert.

Para Vanda Witoto, uma das estilistas participantes e fundadora do Ateliê Derequine, o desfile representa muito mais do que estética. Criado por oito mulheres indígenas do Parque das Tribos, em Manaus, o ateliê é símbolo de resistência e pertencimento.
“O nosso trabalho é uma moda política. Reafirmamos nossa identidade e a história dos nossos povos indígenas na passarela. Cada peça carrega grafismos que são memória dos nossos territórios e da nossa ancestralidade”, declarou.
Segundo Vanda, o apoio do Sebrae foi fundamental. “A gente sempre fala que o Amazon Poranga é um espaço potente da economia criativa que empodera corpos que geralmente estão fora desses circuitos. O Sebrae é um parceiro importante para transformar isso em realidade”.
A marca, que completa cinco anos em 2025, já movimenta uma cadeia de impacto que conecta território, cidade e periferia. “Estamos construindo essa marca como pequenas formigas. Inclusive, Derequine significa ‘formigas bravas’, símbolo do nosso trabalho coletivo”, explicou.

Criado pela produtora cultural Jessilda Furtado, o Amazon Poranga Fashion surgiu após sua aposentadoria do serviço público. Inspirada por jovens criadores e pela ausência de visibilidade para a moda local, Jessilda idealizou o projeto como uma plataforma de valorização dos talentos amazônicos.
“Nosso objetivo foi criar vitrine para quem precisava ser visto. A moda daqui é belíssima, inspirada na ancestralidade, cheia de inovação e sustentabilidade. Foi assim que nasceu o Amazon Poranga, que hoje está presente em Manaus, Parintins e já recebeu convites para chegar a Barreirinha e Nhamundá”, disse.
Entre os parceiros do projeto estão o Sebrae Amazonas, a Faculdade Santa Tereza, a Tapajós Tecidos e a Secretaria de Cultura e Economia Criativa.
Novas articulações
O Sebrae também iniciou uma articulação com os bois Garantido e Caprichoso, com a proposta de levar consultorias e oficinas específicas para a cadeia produtiva da moda ligada ao festival, por meio da trilha metodológica Zíper, criada pelo Sebrae para impulsionar inovação e gestão.
“A ideia é trabalhar desde o desenvolvimento das peças até a modelagem de negócios, com capacitações em parceria com a Tapajós Tecidos. Estamos desenhando uma agenda para trazer capacitação e, futuramente, um desfile exclusivo só com a moda dos bois de Parintins”, explicou Hebert.
A definição da data e do formato será feita após o encerramento do festival.
Feira de artesanato

Além do desfile, o Sebrae Amazonas apoia a participação de sete artesãos na Feira de Artesanato e Economia Solidária, valorizando negócios ligados à cultura regional. Um dos expositores, Ricardo Nery, da marca Farinha Uarini, comemora a oportunidade de estar presente.
“Estar aqui é uma chance única. Este é o maior festival a céu aberto do mundo. Mostrar nossa farinha como símbolo da cultura é incrível. Achei que iria destoar por ser alimento, mas percebi que farinha também é artesanato, também carrega história”, contou.
A marca permanece na feira até domingo (29), das 9h às 21h.
Encerramento
No sábado (28), está previsto um desfile pocket, reservado a representantes institucionais e convidados. A proposta é fortalecer conexões de mercado e ampliar oportunidades comerciais para os designers participantes.
“O Sebrae Amazonas segue como parceiro estratégico na construção de uma moda amazônica forte, empreendedora e conectada às raízes culturais do estado, reafirmando que criatividade e identidade podem (e devem) caminhar lado a lado no desenvolvimento econômico da região”, disse Hebert.
-
Foto: Wellington Mamud / Sebrae Amazonas.
Contato para a imprensa: Assessoria de Comunicação do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Amazonas (Sebrae/AM): [email protected] ou (92) 98639-1092 / Yasmim Negreiros (92) 98411-3039.