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Pirarucu Manejado: pescadores são capacitados em comunidades de Fonte Boa

Foram 122 profissionais de seis comunidades beneficiados com conhecimentos sobre métodos de conservação
Por Jeovana Torres
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Foram 122 profissionais de seis comunidades beneficiados com conhecimentos sobre métodos de conservação

Para fortalecer o manejo do maior peixe de água doce do mundo, o Pirarucu, 122 pescadores de seis comunidades do município de Fonte Boa (a 678 quilômetros de Manaus) foram preparados com o método de conservação para o período intenso de pesca da espécie, liberado para começar em agosto e que segue até 30 de novembro.

Os participantes receberam instruções teóricas e práticas acerca das leis que embasam o ordenamento pesqueiro e arranjes técnicos como a contagem de Pirarucu, manuseio das fichas de monitoramento e preenchimento durante coleta de dados sobre o peixe.

A capacitação, realizada em junho a julho, teve objetivo de garantir eficiência para o processo de manejo, onde todos os pescadores saíram certificados pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável de Fonte Boa (IDSFB). A programação contou ainda com apoio do Sebrae Amazonas, que também presta orientações para associações de pesca dos entornos.

Para a técnica da Coordenação de Pesca do IDSFB, Danieli Sales, as capacitações são essenciais para tratar das percepções do manejo e consolidação de toda produção.

“Nós utilizamos a ocasião das aplicações dos cursos para o preparo dos pescadores e conscientização na execução do manejo com ou sem a presença das instituições. Fortalecendo o pescador e manejador, toda cadeia fica fortalecida”, ressaltou Danieli.

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Manejar para preservar

O Manejo do Pirarucu em Fonte Boa teve início em 2003 e assim como nas outras zonas adeptas ao mecanismo, dispõe de procedimentos para fortalecimento da organização comunitária, monitoramento do peixe e dos rios, estabelecimento de regras para uso desses recursos naturais e contribuem para o comércio.

Segundo relatório do IDSFB, em 2021, o valor de comercialização do Pirarucu de Fonte Boa ultrapassou R$ 3 milhões de reais. Além disso, o faturamento total das comunidades, resultantes da temporada incluindo outros peixes, somou mais de R$ 7 milhões. Em vista dos resultados, o segmento tem ganhado força e vem gerando renda à população ribeirinha.

O crescimento desse mercado também acontece por características únicas atreladas ao Pirarucu e uma delas é o certificado de Indicação Geográfica (IG). A IG do Pirarucu de Mamirauá viabilizou as informações de origem do produto, qualidade e valor agregado. Segundo o chefe de escritório do Sebrae Tefé, Manoel Erinelson Medim, todo o processo foi amplamente amparado pela instituição e que atualmente mantém a relação de engajamento.

“O Sebrae trabalhou desde 2017 para obtenção do selo do Pirarucu Manejado de Mamirauá, e hoje ele é uma realidade para esses pescadores. Desde então, nós temos apoiado grupos de manejo da região para busca de mercado”, relatou Manoel.

Concedido no ano passado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) na categoria ‘Denominação de Origem’, a iniciativa envolve trechos de nove municípios: Alvarães, Fonte Boa, Japurá, Juruá, Jutaí, Maraã, Tefé, Tonantins e Uarini.

Legislação

Desde 1996, para que todo esse processo aconteça, os pescadores se adequam aos períodos, locais e quantidades para capturas, estes definidos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A pesca manejada do pirarucu é estabelecida com cota de captura de 30% a partir do resultado das contagens de pirarucus adultos, desta maneira, preservando os 70% restantes como forma de assegurar a reprodução de forma sustentável, bem como a manutenção do estoque.

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