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Queijos de Autazes terão laudo de delimitação para Indicação Geográfica da marca

Produção da iguaria atenderá requisitos de higiene e qualidade e terá trabalho de produtores mais valorizado
Por Bruno Tadeu
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Os queijos produzidos em Autazes (a 113 quilômetros a sudeste de Manaus) e municípios do entorno estão prestes a ter um selo de controle de origem, rastreabilidade e qualidade. Com a assinatura do laudo de delimitação da área da Indicação Geográfica (IG), a marca avançará uma das mais importantes fases para impulsionar a renda da maior bacia leiteira do estado e valorizar o trabalho de mais de 1,5 mil produtores da cadeia do queijo e do leite.

A etapa decisiva na busca pela sétima IG do Amazonas acontecerá nesta sexta-feira, 29/7, às 10h30, na programação da 23ª Feira Agropecuária do município, a popular Festa do Leite de Autazes. A região certificada contemplará o território integral de Autazes e Careiro da Várzea, além de parte do território de Itacoatiara, Nova Olinda do Norte, Careiro Castanho e Borba.

E para alcançar esse status, os pecuaristas e queijeiros passaram por um intenso processo de capacitação e sensibilização, visando alcançar a adequação sanitária dos locais onde o queijo é produzido. Desenvolvimento semelhante ao aplicado para a conquista dos selos da Farinha de Uarini, Peixes Ornamentais do Rio Negro, Abacaxi de Novo Remanso, Pirarucu de Mamirauá, Guaraná de Maués e Andirá-Marau (guaraná dos indígenas), as IGs consolidadas no Amazonas.

O trabalho de estruturação da Indicação Geográfica ‘Queijos de Autazes’ está sendo conduzido pelo Sebrae Amazonas e pela Aproqueijo, em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror), Fórum Amazonense de Indicações Geográficas e Marcas Coletivas, além da Prefeitura de Autazes, que concederá um aporte de R$ 50 mil ao projeto. Em 2021, o projeto recebeu emenda parlamentar de R$ 150 mil do deputado estadual Serafim Corrêa.

O presidente do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae Amazonas, Muni Lourenço, considera o ato um marco histórico. “Essa Indicação Geográfica – sem exagerar – será um divisor de águas para toda essa cadeia produtiva em termo de valorização desse produto e, consequentemente, melhorias de vida e de renda pra essas milhares de famílias que vivem dessa atividade”, disse.

A consolidação da IG depende ainda de outros processos, como elaboração do caderno de especificações técnicas, comprovação da espécie, criação do manual de identidade visual, criação de associação representativa e dossiê histórico-cultural da área, todos esses já verificados. Após assinatura do laudo de delimitação, o dossiê do projeto será depositado até outubro de 2022 para análise técnica do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

O que mudou

Nos últimos dois anos, as instituições atuantes nesse projeto concentraram esforços para adequar propriedades rurais de Autazes às regras sanitárias. Tudo começa no trato do rebanho, de onde é extraído o leite, base do tradicional queijo da região. Os donos dos bovinos e bubalinos envolvidos nesse processo devem cumprir regramentos, como a vacinação do gado e uma série de boas práticas agropecuárias.

Na manipulação do leite, entram as exigências de equipamentos específicos para operação dentro da conformidade, além da condição da água, manuseio e fluxo de pessoas nos locais de produção. Toda essa expertise é oferecida aos produtores por meio do Sebraetec, programa do Sebrae subsidiado em até 70% do custo que oferece acesso a serviços tecnológicos e de inovação, visando à melhoria de processos e produtos.

“A participação do Sebrae tem sido decisiva para concretização dessa Indicação Geográfica, dando todo o suporte técnico, viabilizando as consultorias técnicas necessárias para o cumprimento de todas as rigorosas exigências do INPI para obtenção desse selo”, destacou Muni Lourenço.

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